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VIOLÊNCIA

Massacre de Colniza, no Mato Grosso, segue impune há mais de um ano

Conflito agrário deixou nove mortos em região de elevado potencial madeireiro e minerário

01.fev.2020 às 20h06
São Paulo (SP)
Emilly Dulce
Em novembro de 2017, audiência pública colheu o depoimento de testemunhas da chacina mato-grossense. O julgamento do caso não foi marcado.

Em novembro de 2017, audiência pública colheu o depoimento de testemunhas da chacina mato-grossense. O julgamento do caso não foi marcado. - Pedro França/Agência Senado

Desde 1985, 136 pessoas foram assassinadas em conflitos agrários no estado do Mato Grosso, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra (T). Colniza, a quase 1.065 quilômetros da capital Cuiabá, já foi considerada a cidade mais violenta do país em 2007. A extensão rural do município, na região amazônica do Mato Grosso, vivenciou um dos maiores massacres do estado há pouco mais de um ano, onde nove posseiros foram brutalmente assassinados a mando de um empresário madeireiro.

Esse contexto de violência, segundo Cristiano Cabral, coordenador da T do Mato Grosso, é mais uma ofensiva do agronegócio contra os povos do campo. "É uma região onde os madeireiros são muito fortes, os mineradores também, há muita grilagem de terra e a soja está chegando cada vez mais. Uma região onde os olhares dos latifundiários, dos grandes empresários fazendeiros, estão nela". 

Em 19 de abril de 2017, nove camponeses foram surpreendidos por quatro pistoleiros encapuzados enquanto trabalhavam no Projeto de Assentamento Taquaruçu do Norte, onde viviam cerca de 100 famílias. O grupo invadiu a comunidade e matou os posseiros com tiros de armas calibre 12 e golpes de facão. De acordo com a perícia houve tortura, pois vários corpos estavam amarrados e duas das vítimas foram degoladas.

Algumas testemunhas foram ouvidas, mas o mandante dos crimes, conhecido como Polaco, segue impune até hoje. Apenas dois dos acusados estão presos e ainda não há data para julgamento dos cinco indiciados pelos crimes.

Para Cabral, a falta de punição não só legitima a violência como também dificulta as denúncias e investigações. "Como a situação das pessoas é de vulnerabilidade, porque são pequenos camponeses posseiros em uma região muito afastada da cidade de Colniza, qualquer tipo de violência é difícil de ser divulgada pela dificuldade de o a esse local. A impunidade causa uma sensação de medo na população, que se torna vulnerável até pelo medo de denunciar as atrocidades que acontecem. Não é a vida do cotidiano, se eu vou comer e trabalhar amanhã, a questão é se eu vou viver amanhã". 

Algumas famílias das vítimas do Massacre de Colniza continuam abandonadas na localidade onde aconteceram os assassinatos. Cabral destaca a ausência do poder público no combate a esses conflitos.

"Os órgãos do Estado, que deveriam fazer a defesa dessas pessoas, não fazem, porque o Mato Grosso faz uma propaganda muito grande em relação ao status do agronegócio. Quando se mostra que esse agronegócio mata, escraviza e envenena não somente a fauna e a flora, mas também a água, o ar e as pessoas isso é abafado aqui no estado". 

Violência e o golpe de 2016

Cabral diz que a realidade do Mato Grosso é semelhante à do Pará e Rondônia, por exemplo. Segundo ele, o quadro de agressões e de silenciamento da população do campo se agravou no pós-golpe, reforçado pela burguesia e pela mídia comercial.

"Essa realidade de [crimes de] pistolagem está crescendo cada vez mais. Nesses últimos dois ou três anos foram mais de dois mil casos de famílias atacadas por pistoleiros, a tiros, para por medo, com ameaças. Com o golpe, isso se institucionalizou de uma maneira muito perversa e cria não uma estrutura ditatorial como ela historicamente se deu, mas uma estrutura ditatorial em um estado de exceção", diz. 

Para o coordenador da T-MT, a "banalidade do mal" presente no campo é mais do que a perda de direitos básicos, mas um sintoma de uma "crise civilizatória".

"Há um crescimento muito forte de um ódio a certos grupos sociais, principalmente os mais vulneráveis, que são os indígenas, os camponeses, os quilombolas, as mulheres, os negros e os LGBTs", destaca. 

Reforma agrária e agrícola

Para minimizar o quadro de violência no campo, Cabral aposta em uma "reforma agrária ressignificada", baseada em uma transformação da estrutura fundiária e agrícola. Segundo ele, não basta apenas a conquista da terra, também é necessário investimento para que os agricultores produzam e escoem suas mercadorias agroecológicas.

"Uma reforma agrária onde há não somente a redistribuição da terra, mas uma organização da produção, da questão agrícola, de um tipo de produção que de fato faça essas pessoas conseguirem se manter dentro do seu lote, da sua terra e que ele também produza para a cidade", ressalta. 

Histórico

O Massacre de Colniza marcou o início de uma série de chacinas no campo em 2017. Dos 71 assassinatos registrados pela T no último ano — o maior número desde 2003 —, 31 ocorreram em massacres. Só do ano ado para este, a violência subiu 15%. Devido ao grande número, a entidade tornou público os registros de massacres no campo dos últimos 32 anos. A impunidade é a característica principal de todos eles.

Editado por: Diego Sartorato
Tags: tgolpemato grossoradioagênciareforma agráriaviolência
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