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Rússia 2018

Jovens negros na França: enquanto uns brilham na Copa, outros são mortos pela polícia

Moradores de Nantes atearam fogo em automóveis em protesto contra o assassinato de Aboubakar Fofana, de 22 anos

09.jul.2018 às 18h44
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h44
Moscou (Rússia)
Daniel Giovanaz
Assim como os pais do volante Pogba [foto], os pais de Fofana nasceram em Guiné e emigraram para a França no final do século ado

Assim como os pais do volante Pogba [foto], os pais de Fofana nasceram em Guiné e emigraram para a França no final do século ado - Divulgação - Fifa

Cinco dos onze titulares da Seleção sa têm raízes na África Subsaariana. O zagueiro Umtiti é natural de Camarões. Os pais do volante Pogba nasceram em Guiné; os de Kanté, em Mali. O atacante Mbappé é filho de mãe camaronesa e pai argelino.

Há pelo menos 20 anos, o país – que sempre teve homens brancos como chefes de Estado – depende de imigrantes negros para ser protagonista no futebol. Thuram, Desailly, Vieira e Karembeu, todos nascidos fora da Europa, carregaram o piano para o franco-argelino Zidane brilhar em 1998.

A aceitação e o reconhecimento em campo nunca significaram o fim da exclusão social, da xenofobia e da violência nas ruas.

Dos 23 jogadores convocados pelo técnico Didier Deschamps, quatro nasceram em outros países, onze são filhos de imigrantes e outros quatro têm avós não-ses

No mesmo dia em que a França comemorava a vitória sobre o Uruguai nas quartas-de-final, 1 mil pessoas marcharam em Nantes, a 340 km de Paris, em protesto contra o assassinato do jovem Aboubakar Fofana, de 22 anos, por um policial. Depois da manifestação pacífica, moradores atearam fogo em 50 automóveis, invadiram e depredaram vários estabelecimentos comerciais. Quatro pessoas foram detidas e aram a noite na delegacia.

O agente policial, autor do disparo que acertou o pescoço de Fofana no último dia 3, não teve seu nome revelado à imprensa, mas cumpre prisão preventiva desde o quinta-feira (5). Na primeira vez que foi interrogado, ele disse ter agido em legítima defesa. Menos de 48 horas depois, mudou a versão e declarou que o tiro foi “acidental”.

Por intermédio do advogado Loïc Bourgeois, a mãe e irmã de Fofana acusaram a polícia e a imprensa de manchar a honra da família, ao colocar em evidência o ado judicial da vítima. Filho de pais nascidos em Guiné, Fofana é negro e tinha um mandado de prisão por roubo e associação a criminosos.

Guiné é uma ex-colônia sa na África Ocidental, independente desde 1958, e tem o sexto pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do planeta

Histórico perverso

Um dos grupos que organizou protestos pacíficos contra a morte de Fofana é a Brigada Antinegrofobia. Os integrantes do movimento interpretam que a cor da pele e a origem de classe do garoto foram decisivas para que o disparo fosse efetuado.

A hipótese de crime racial encontra respaldo em um histórico recente de violência policial contra jovens negros na França. O caso mais emblemático aconteceu em 2005, quando dois adolescentes foram eletrocutados enquanto se escondiam da polícia em uma subestação elétrica. Foram três semanas de protesto em várias regiões do país, com 10 mil carros queimados em um único dia.

Os incêndios chamaram a atenção do mundo para a “favelização” dos subúrbios das grandes cidades sas – bairros sem infraestrutura de serviços, com prédios construídos há mais de 50 anos, onde vivem mais de 10% da população do país, inclusive Fofana e sua família.

Fofana é regra, Pogba é exceção

Os craques da seleção sa com ascendência africana foram gestados em bairros com indicadores sociais semelhantes. O jovem Mbappé nasceu e cresceu em Bondy, distrito de 50 mil habitantes a 12 km de Paris, local de grande concentração de imigrantes da África e da Ásia. As condições de moradia, educação e saúde são precárias, e o esporte é vendido como a única forma de ascensão social.

Lagny-sur-Marne, comuna de 21 mil habitantes no interior de Paris, também assolada pela pobreza e pela violência urbana, foi onde o volante Pogba ou a infância. Os pais do ídolo do Manchester United – assim como os pais de Fofana – deixaram Guiné no início dos anos 1990, em um movimento migratório que ficou conhecido como “crise de refugiados”.

A maioria dos pedidos de exílio que a França recebe vem de cidadãos de ex-colônias na África, que falam o idioma francês e desejam escapar das mazelas ou das guerras civis, produto da partilha irresponsável do continente pelas potências europeias.

Além de Guiné, outros 19 países se declararam independentes da França entre as décadas de 50 e 70. Três deles estão entre os cinco piores IDH do mundo: Chade, Níger e Burkina Faso.

Segundo reportagem da revista Carta Capital, até o ano ado, a França havia negado 72% das solicitações de exílio – uma das taxas de rejeição mais altas do planeta

Fofana poderia ser Pogba. Com um punhado a mais de oportunidade, talento, sorte, sabe-se lá o que lhe faltou. E o policial, que certamente ira Pogba, não poderia ter atirado em Fofana. Mas atirou.

O incêndio que se alastrou em Nantes em plena Copa não permite ilusões. Fofana é regra, Pogba é exceção. E a França só aplaude os excepcionais.

Editado por: Juca Guimaraes
Tags: áfricafrançaracismo
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