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Luta

Quem foi Kwame Nkrumah, líder da primeira independência africana

Organizações africanas preservam a memória de um dos maiores revolucionários do continente

22.set.2018 às 13h07
Acra (Gana)
Rute Pina
Memorial de Kwame Nkrumah em Acra, capital de Gana

Memorial de Kwame Nkrumah em Acra, capital de Gana - Foto: Nina Fideles

“Temos despertado. Não vamos mais dormir. Hoje, a partir de agora, há um novo africano no mundo! A nossa independência é sem sentido a menos que seja ligada com a libertação total de África.” 

Com essas palavras, em 6 de março de 1957, o líder político africano Kwame Nkrumah encerrou o seu discurso de independência de Gana. O país foi o primeiro a se libertar da metrópole inglesa no continente africano, influenciando o processo de luta pela independência na região.

:: Unidade para além do território: pesquisador analisa desafios do pan-africanismo

E não por menos, as palavras e contribuições de Nkrumah são, até hoje, inspirações para os mais de 400 delegados, de 50 países, presentes na 3a Conference Pan Africanism Today (Pan-africanismo Hoje, em português), em Winneba, Gana.

Nesta sexta-feira (21), um ato em celebração ao Nkrumah foi realizado na Universidade de Educação da cidade, com a presença de lideranças políticas do continente e também seu filho, o professor Francis Nkrumah, de 90 anos. 

A data comemora o nascimento do líder do processo de independência do país e é um feriado nacional, conhecido como Founder’s Day (Dia do Fundador, em português).

Fred Mmembe, secretário-geral do Partido Socialista da Zâmbia, ressaltou a importância de Nkrumah para a busca de unidade na África. "Aqueles que pensaram que estávamos vencidos e que esse era o fim das ideias de Nkrumah, estão enganados. Os processos que começaram com Nkrumah há seis décadas serão resgatados hoje em Gana. O capitalismo não tem as respostas para os problemas da humanidade", disse. 

O fundador

O pan-africanista e socialista Kwame Nkrumah nasceu em Nkroful, vilarejo localizado no sul de Gana. Completou seus estudos na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, na década de 1950 — onde, mais tarde, também viria a lecionar.

Na época, o pan-africanismo se formava como movimento sociocultural. Lá, figuras como o jamaicano Marcus Garvey e o estadunidense W.E.B. Du Bois formavam o arcabouço teórico do movimento. Depois dos Estados Unidos, Nkrumah viveu em Londres, na Inglaterra, onde ou a assumir a militância pela unidade do continente africano.

A experiência e o contato com pensadores pan-africanistas o levou a criar, em 1949, o Convention People's Party (P), partido que liderou o processo de libertação da então Costa do Ouro.  

Quando Gana torna-se independente, em 1957, Nkrumah foi declarado Osagyefo, que significa líder vitorioso. Ele assumiu a presidência do país três anos mais tarde, em 1960.

Na política externa, o líder apoiou os subsequentes processos de independência por todo o continente e com relações direta com líderes revolucionários como Patrice Lumumba, no Congo. E também na América Latina, com, por exemplo, Fidel Castro.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o professor da Universidade Federal do ABC, Muryatan Barbosa, pós-doutor em História da África, explicou que o líder defendia que a descolonização deveria levar à unidade africana como um todo, para além das questões nacionais. 

"Isso trouxe uma nova roupagem, um novo teor à luta pan-africanista", pontuou o professor. "Nkrumah defendia que isso deveria ocorrer de forma rápida, enquanto outros defendiam que isso ocorreria gradativamente."

No governo, Nkrumah tentou industrializar a economia para reduzir a dependência de Gana do capital estrangeiro. Ele enxergava como a única forma do país romper com as novas formas de colonialismo. No entanto, com inúmeras obras e a economia ainda desestabilizada, o país se endividou rapidamente. 

Essa foi a justificativa para que ele fosse destituído do governo por um golpe militar em 1966. Ele se exilou em Conacri, na Guiné, onde auxiliou no processo de independência do país. Depois, foi convidado pelo presidente Ahmed Sékou Touré para ser co-presidente honorário do país.

Apagamento da memória

Após o golpe em Gana, os militares pediram para que todas as estátuas em homenagem a Nkrumah fossem destruídas, tombando cabeças e braços das obras. Hoje, algumas ainda permanecem danificadas na capital Acra. Essa foi a forma encontrada para perpetuar a memória da brutalidade do golpe. 

Também foi no período pós-golpe que Nkrumah ou a se definir como socialista marxista, lembrou Muryatan Barbosa. "Dali, até sua morte, em 1972, ou a defender essa percepção de um pan-africanismo de classe, stricto sensu. Isso reverberou na Diáspora, no Panteras Negras, já havia antecedentes claro, e tudo isso, no final dos anos 1960-70, aproximou o pan-africanismo do marxismo, com vários debates de classe", afirmou. 

Mas a tentativa de apagamento da história também se deu no plano ideológico. Fred Mmembe pontua que há uma tentativa de apaziguar a imagem radical de Nkrumah na História.

"Tentaram criar um novo Nkrumah que não era comunista, socialista e nem pan-africanista. Mas estamos aqui para retomar o Nkrumah que conhecemos. Não estamos aqui para reformar o capitalismo, mas para eleger estratégias socialistas para o mundo inteiro."

Legado

Nkrumah perseguiu por toda a vida a prática de uma utopia. Mas também foi um teórico pan-africanista. No exílio, escreveu dezenas de livros. Entre as obras mais conhecidas, estão Neo-Colonialism: the Last Stage of Imperialism, Dark Days in Ghana e Luta de Classes em África, único livro do autor a ganhar versão brasileira.

Para promover o legado de Nkrumah, considerado um dos principais líderes pan-africanistas do pós guerra (de 1945 em diante), o Sindicato dos Metalúrgicos da África do Sul (Numsa) e o Partido Socialista da Zâmbia fundaram a Nkrumah School. 

O local recebe pessoas de todo o continente para formação acadêmica e militante, como Carl Cloete, do Numsa. "Isto nasceu da compreensão que temos a tarefa revolucionária de produzir quadros à semelhança do presidente Nkrumah", explica.

Nkrumah morreu em abril de 1972, em Bucareste, Romênia, perseguindo por toda a vida a prática de uma utopia socialista e de unidade na África.
 

Editado por: Nina Fideles
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