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ESPECIAL

A notoriedade das ocupações Macali e Brilhante é histórica

Ações forjaram a luta pela Reforma Agrária no RS e no Brasil

19.set.2019 às 18h51
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h51
Porto Alegre (RS)
Maiara Rauber
Ocupações representaram a retomada da luta camponesa no final da ditadura militar

Ocupações representaram a retomada da luta camponesa no final da ditadura militar - Foto: Arquivo MST

A luta pela terra vem entrelaçada à Reforma Agrária. “Mudou a visão da sociedade brasileira sobre os agricultores, até sobre os Sem Terras. Quem ganhou a terra criou uma identidade de cidadania. Sobretudo, do ponto de vista social e político, as mulheres mudaram muito, se empoderaram” pontua Ivaldo Gehlen, agrônomo e professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

João Pedro Stédile, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fala sobre a importância das lutas da Macali e Brilhante, em 1979, em Ronda Alta, na região Norte gaúcha, para a Reforma Agrária. “Essas ocupações representaram a retomada da luta camponesa no estado, fazendo ligação com a luta histórica da região. Então Macali e Brilhante foram a ponte entre o pré-64 e a luta pós-ditadura militar. Foi o ressurgimento do movimento camponês sem o medo da repressão”, explica.

Conforme Maria Salete Campigotto, que participou do acampamento da Encruzilhada Natalino, também na região Norte do estado, a retomada da luta pela terra nas ocupações Macali e Brilhante impulsionou novas lutas. “Nós bebemos nas fontes, como a Encruzilhada Natalino. Primeiro dos anos 60, depois da Fazenda Macali e Brilhante, e fomos também um esteio de luta pra poder criar o MST em 84”, salienta.

A assentada, Salete enfatiza o importante papel dessas duas primeiras ocupações. “A Macali e a Brilhante começam a abrir o caminho para o povo ir se organizando e lutando pela terra, lutando pela Reforma Agrária. Foi o pontapé inicial para ser o que somos hoje, no desgaste da ditadura militar”, afirma.

Igreja na Linha Brilhante | Foto: Maiara Rauber 

Isaías Vedovatto, também dirigente estadual do MST/RS, compactua com a perspectiva da militante Salete. “A ação da Macali e da Brilhante é um marco que sinaliza essa retomada do processo da luta pela terra no Brasil”, afirma.

Para Stédile, ninguém acreditava que, em épocas de ditadura, aquelas ocupações resultariam em um movimento mais amplo no RS e no Brasil. “Era a retomada da luta, pelo direito à terra, pelo direito a trabalhar na agricultura e contra as injustiças”, comenta.

Ele acrescenta que em todo país, entre 1979 e 1983, foram realizadas dezenas de ocupações de terra. “Os camponeses que atuaram na Macali e Brilhante foram pioneiros e deram o exemplo de que era possível lutar e conquistar a terra em plena ditadura. Isso animou muito mais camponeses a lutarem e vencerem”, destaca.

Além disso, como pontua Salete, as ocupações Macali e a Brilhante têm uma importância histórica também para o município de Ronda Alta. “Por isso que a Encruzilhada Natalino também acontece nesse município. E isso ajuda a reforçar a luta pela terra, porque os nossos companheiros e companheiras, que já estavam assentados na Macali, foram o esteio da nossa luta, cedendo água, lenha e nos dando toda a solidariedade”, relata.

Monumento em homenagem ao acampamento da Encruzilhada Natalino | Foto: Catiana de Medeiros 

Lídia Souza e Oliveira lembra da relação dos camponeses da Macali com os acampados da Encruzilhada Natalino. “A nossa relação foi boa, porque eles não tinham experiência. Lá baixou a pesada [militares], porque eles não podiam nem fazer reunião. Então eles falavam para o pessoal aqui: precisamos nos reunir numa casa para nós debatermos as coisas. E a gente aceitava, arrumava um lugar. Até com alimentos a gente ajudava,” recorda a assentada.

Moradores do Assentamento Macali, em Ronda Alta, na região Norte do RS | Foto: Catiana de Medeiros 

Um olhar para a história: comemoração dos 40 anos das ocupações 

Devido a essas ações e a importância do recomeço da conquista da terra, foi realizada uma festa em comemoração aos 40 anos das ocupações Macali e Brilhante. No dia 7 de setembro de 2019, as comunidades, juntamente com o MST, homenagearam as famílias que acamparam e os seus apoiadores. As festividades, que reuniram cerca de 1000 pessoas, iniciaram com uma mística que lembrou a história das ocupações e também homenageou as famílias assentadas nas glebas e aliados da época. Ao meio dia teve almoço, seguido de tribuna popular e reunião dançante.

Mística contou a história das ocupações | Foto: Leandro Molina 

O assentado na antiga Fazenda Annoni, Isaías Vedovatto, fala sobre a notoriedade das ocupações Macali e Brilhante e a necessidade de festejar esse dia. “É um momento muito importante, diante da conjuntura que a gente vive no país, com esse governo que está aí. Então essa comemoração tem uma importância no sentido de tu voltar para trás e olhar na história pra poder agir, pra gente retomar, reanimar, pra seguir em frente em um processo de organização, de luta, de mobilização”, declara.

Vedovatto ainda destaca a atenção que deve ser dada a esse marco histórico. “Quando eu cortei a cerca pra entrar na Fazenda Annoni, eu não tinha noção do significado que tinha sido a Macali e a Brilhante. Hoje olhando pra trás é que a gente compreende isso. Porque a gente se moveu a partir de uma necessidade, mas essa necessidade era sustentada por alguém que já tinha começado”, argumenta.

Ele acrescenta que a luta iniciada pelos acampados da Macali e Brilhante não só reiniciou a luta pela terra. “Foi um movimento que permitiu criar um conjunto de organizações no meio rural, como o Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento Sindical Combativo (MSC), MST e mais tarde o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Então ele é um marco que sinaliza essa retomada da luta camponesa no Brasil”, conta.

Festa lotou o salão da comunidade Macali II, em Ronda Alta | Foto – Leandro Molina 

Ao olhar esses 40 anos, Vedovatto consegue ver as conquistas a partir dessa luta. “A gente construiu muita coisa, muito movimento político, muita consciência, muitas experiências. Desde as nossas experiências de como fazer luta, escola, cooperativas, produção, compreender a sociedade de modo geral, dos valores, dos sentimentos. A gente coloca o ser humano no centro da sociedade”, salienta. Para ele, a maior vitória que o Sem Terra conquista com o MST é a compreensão da sociedade.

Stédile destaca o legado deixado pelas ocupações Macali e Brilhante. “Acho que o principal legado é justamente a teimosia da luta. A coragem de lutar em tempos difíceis, ainda em ditadura, e da retomada de lutas massivas, com toda a família. Também foi muito importante as alianças que se construíram com a esquerda em geral, com os sindicatos, com as igrejas e com a sociedade. Nesse sentido, todas as lutas que deram origem ao MST foram construídas sobre a base da solidariedade social. O povo brasileiro garantiu a vitória e ajudou a construir o MST como um todo, o tempo todo”, finaliza.


Confira as reportagens anteriores do especial 40 anos da ocupação Macali e Brilhante:

– A semente do MST: 40 anos da ocupação Macali e Brilhante

– 7 de setembro de 1979: a retomada da luta pela terra

– Secretaria da Agricultura assessora acampados da Macali e Brilhante em 1979

 

Editado por: Da Página do MST
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