Para conter a insatisfação dos caminhoneiros afetados pela alta dos combustíveis, o governo Bolsonaro acenou nesta semana com a possibilidade de instituir um auxílio para a categoria que poderia chegar a R$ 1.000. No último dia 17, foi anunciado um reajuste de 5,18% no preço da gasolina e 14,26% no do diesel.
A ideia, no entanto, tem obstáculos para ser implementada já que a legislação proíbe a criação de benefícios em ano eleitoral. Em função disso, integrantes do Planalto e da base aliada no Congresso Nacional buscam alternativas. O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), afirmou nesta quinta-feira (23), após reunião de líderes, que o relatório sobre a PEC 16/2022, que define o auxílio financeiro a estados e Distrito Federal para compensar perdas de arrecadação decorrentes da redução das alíquotas do ICMS, pode incluir a criação do “voucher caminhoneiro”.
Para o diretor técnico do Dieese, Fausto Augusto Júnior, tanto a iniciativa de redução do ICMS quanto o auxílio a caminhoneiros não resolvem o problema central. "O governo Bolsonaro vai buscando caminhos para tentar sua reeleição. São medidas tipicamente eleitorais que de fato não enfrentam o problema de raiz dessa questão. Os combustíveis estão por trás de toda essa discussão, inclusive da inflação alta que vivemos no país, e isso tem por origem essa política de paridade de importação", pontua, em entrevista ao Jornal Brasil Atual.
"Como um país que produz boa parte do petróleo que precisa para seu consumo, que consegue fazer o refino da maior parte da gasolina de mais de 70% do diesel fica totalmente condicionado aos preços internacionais por conta de meia dúzia de importadores">