Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

INSEGURANÇA

Cabo de Santo Agostinho: de promessa econômica em Pernambuco a 5ª cidade mais violenta do país

Município viveu boom econômico há pouco mais de dez anos, mas hoje enfrenta agravamento do crime organizado

28.jul.2023 às 15h15
Recife(PE)
Afonso Bezerra

Não é novidade o índice negativo. Município vem enfrentando dificuldades ao longo dos últimos 10 anos - Afonso Bezerra

A educadora social Wyllyane Silva se sente muito orgulhosa por ter crescido no bairro Ponte dos Carvalhos, no município Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. O que ela não gosta de lembrar é que esse mesmo bairro é considerado um dos mais violentos da cidade, que, por sua vez, apresenta o 5º maior número de mortes violentas entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, de acordo com o Anuário de Segurança Pública 2023.

"O que mexe na rotina é a pessoa sair e ficar pensando no horário que vai voltar pra casa. Não posso voltar tão tarde pra casa porque vai ficar muito perigoso. Com o ar do tempo, a gente vai vendo cada vez menos pessoas pelas praças, por exemplo", lamenta Wyllyane. 

Leia mais: ::Crianças de até 14 anos são maiores vítimas de estupro no Brasil, mostra Anuário de Segurança::

Produzido pelo Fórum de Segurança Pública, o relatório identificou que a cidade registrou, no ano ado, 81,2 mortes (homicídios e latrocínios) para cada 100 mil habitantes. De acordo com moradores e ativistas locais que estudam o tema da segurança pública, dois fatores são cruciais para este índice: a expansão do crime organizado na região e a ausência de políticas públicas. 

"A gente percebe que há um descaso dos gestores em pensar estratégias para combater essa situação de violência. A gente está num município que é relativamente rico, que é permeado de indústrias. Aqui está o polo petroquímico de Suape, as empresas que já tiveram grande boom, agora arrefeceram, mas não deixaram de estar funcionando. E nada é aproveitado para enfrentar esse tipo de violência", analisa Izabel Santos, coordenadora geral do Centro de Mulheres do Cabo. 

Em resposta ao Brasil de Fato, a Prefeitura de Cabo de Santo Agostinho ressalta que a cidade já foi considerada a segunda cidade mais violenta do país, estando hoje na quinta posição, sendo resultado – segundo a gestão – da “redução de homicídios na ordem de 46%, tendo ganho os três últimos prêmios de Defesa Social de Pernambuco”. 


Vista do porto de Suape, em Pernambuco / Daniela Nader/Divulgação

Um sonho frustrado

O índice de violência coloca o município do Cabo na contramão da própria história. Na última década, a cidade viveu uma euforia econômica, com a construção da Refinaria Abreu e Lima, do Estaleiro Atlântico Sul e das obras de ampliação do Complexo Industrial do Porto de Suape, além do potencial turístico das praias.

Em pouco mais de dez anos, a cidade deixou de ser uma promessa econômica para viver um pesadelo da segurança pública. 

"Eu lembro muito dos comerciais. Cabo e Ipojuca eram vendidas como as cidades do futuro. Cidades do emprego, do desenvolvimento, muita fartura", recorda Rafael Negrão, jornalista que se dedica à cobertura dos assuntos ligados a segurança pública na cidade. Por outro lado, ele destaca que as duas cidades não estavam preparadas para receber esse quantitativo de pessoas e trabalhadores. "Se pra gente não tinha escola suficiente, imagina para cinquenta mil pessoas."

Leia mais: ::Dívidas, bicos e moradias precárias: como vivem os demitidos pela Lava Jato em Pernambuco::

Os principais coletivos que atuam no município denunciam que a causa mais grave dessa ascensão da violência é a ausência de políticas públicas. Os grupos denunciam, por exemplo, a situação do Teatro Barreto Júnior, que está abandonado, e da Praça Nove de Julho, que está incompleta e sem equipamentos de lazer. 

"O que a gente mais discutiu é que a cultura pode salvar os jovens dessa vida de crime, e é exatamente a cultura do Cabo que está sendo deixada de lado", explicou Deborah Camille, integrante do Coletivo Cabo de Força, uma iniciativa que tem tocado ações de apoio à juventude da cidade. 

A reportagem do Brasil de Fato procurou a prefeitura do Cabo de Santo Agostinho e até o momento não teve resposta. Assim que for enviado algum posicionamento, nós atualizaremos esta matéria. 

Neste domingo(30), a assessoria de imprensa da prefeitura respondeu ao nosso contato. Em nota, o governo municipal afirma que "o Teatro Barreto Júnior já tem todo o projeto executivo de restauração pronto, aguardando recursos para a iniciativa das obras".

Também afirma que está em curso a "contratação, armamento e treinamento de alta qualificação da Guarda Civil Municipal, sempre com vistas à prevenção da violência e cuidado de grupos vulneráveis. Ampliação do Videomonitoramento e da análise criminal com foco na CidadeSusp. Integração total com Governo Federal e forças do Estado de Pernambuco. Foco na Patrulha da Mulher e na Patrulha Escolar". 

Procuramos também a Secretaria de Defesa Social e até o momento não fomos atendidos. Assim que for enviada uma resposta, nós atualizaremos a reportagem. 

Ainda sem planos

Além do Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco tem outras quatro cidades entre as 50 mais violentas do país, de acordo com o Anuário. São elas: Vitória de Santo Antão (27ª), São Lourenço da Mata (30ª), Garanhuns (39ª) e Jaboatão dos Guararapes (42ª).

A Marco Zero Conteúdo, agência de notícias de jornalismo independente do estado, fez uma reportagem recordando que a governadora Raquel Lyra ainda não divulgou os detalhes do seu programa de segurança pública. 

Segundo a reportagem, o prazo estipulado pela governadora encerra na próxima semana e a população ainda não tem conhecimento de como o estado vai enfrentar o problema. 

A matéria também relembra que não é novidade o Cabo amargar um índice ruim na área de segurança pública, e que em 2014 ela foi considerada a cidade mais perigosa para os jovens, sobretudo negros e da periferia, de acordo com o índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, da Secretaria Nacional de Juventude do governo federal.

Kátia Raissa, moradora do Cabo e ativista da Rede Malala, resume qual é a sensação de quem vive nesta cidade: 

"Eles colocam que vai acontecer tal coisa, que a economia vai subir e a gente vê que o Cabo tá em quinto lugar na violência…Eu acho que é frustração".

Outro lado

Em nota, a Prefeitura informou que o Teatro Barreto Junior aguarda recursos para início das obras de restauração. Já o Teatro Francisco Alves ainda está em fase de projeto. 

A istração municipal também pontuou que tem investido em contratação, armamento e treinamento da Guarda Civil Municipal para prevenir a violência no município. A gestão destaca ainda a implantação de iluminação em LED na área urbana da cidade. As medidas, de acordo com o texto, "têm foco operacional nos centros esteticamente mais violentos da cidade: Ponte dos Carvalhos, Centro, Charneca e Praias".

Editado por: Leandro Melito
Tags: direito à constitucionalidadedireito à segurança públicadireito à vida
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Desigualdade

Governo Milei comemora queda da inflação enquanto povo sofre com demissões e renda em queda

DISPUTA DE NARRATIVA

Acnur afirma que Venezuela tem 6 milhões de refugiados e Caracas responde: ‘máfia a serviço da Usaid’

Ataques a imigrantes

Trump culpa imigrantes por crise econômica para encobrir bilionários, diz editora de projeto internacional

CINEMA

Santa Cruz valoriza memória e mantém olhos no mercado com festival

POLÍTICA EXTERNA

Lula quer mais conectividade aérea, marítima e terrestre entre Brasil e Caribe

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.