Para o jornalista e escritor Hélio Alcântara, a estreia do treinador italiano Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira não empolgou, e, pior, entediou. “Eu morri de sono, estava lutando para ver o jogo. Minha vontade era de ficar lendo um livro”, revela em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, após o empate sem gols contra o Equador nesta quinta-feira (5), pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.
A morosidade da seleção foi acompanhada por uma cena inusitada que, segundo Alcântara, resumiu o clima do jogo: o momento em que o zagueiro Alex precisou improvisar o conserto da bandeirinha de escanteio, interrompendo a partida por quase quatro minutos. “Ancelotti deve ter pensado: ‘Meu Deus do céu, o que eu estou fazendo aqui?’. O jogo de futebol parecia um jogo de várzea. Não tem nem pau de bandeira no escanteio”, critica.
Apesar do tom ácido, o comentarista reconhece que é cedo para avaliar o trabalho do novo técnico. “Acabou de chegar, precisa entender o Brasil, o torcedor, a relação com a seleção. Isso demora”, pondera.
Na avaliação dele, a defesa foi o setor mais estável, em especial com a presença de Casemiro. Já o meio de campo, formado por Gerson, Bruno Guimarães e o próprio Casemiro, precisaria de mudanças. “Eu tiraria Gerson e colocaria Andreas Pereira, que entrou só no finzinho, mas joga muita bola”, opina.
Com o empate, o Brasil chega aos 22 pontos e segue na quarta colocação. A Colômbia, que poderia ultraar a seleção, também empatou com o Peru por 0 a 0, e permanece logo atrás na tabela. O Equador, por sua vez, alcançou 24 pontos e continua na vice-liderança, atrás apenas da Argentina.
Na próxima terça-feira (10), a seleção enfrenta o Paraguai na Neo Química Arena, em São Paulo (SP). Para Hélio, a torcida será fator decisivo. “Se o Brasil, nos primeiros 20 minutos, não der um chute ao gol contra o Paraguai, vai começar aquele ‘zum, zum, zum’. […] Se mostrar raça, a torcida vai junto”, acredita.
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